O papel das escolas e comunidades na transição escolar da criança
Sue Dockett, PhD, Professor, Bob Perry, PhD, Professor Associado
Murray School of Education, Charles Sturt University, Austrália
, Ed. rev. (Inglês). Tradução: março 2017
Introdução
Reconhece-se que a transição para a escola é um ponto focal no futuro envolvimento escolar e nos resultados educacionais da criança.1,2 As crianças que têm um início positivo na vida escolar adquirem um bom posicionamento para construir um senso de pertencer que promove o envolvimento no ambiente educacional.3
Em diversas discussões sobre o início da vida escolar, os termos 'transição' e 'prontidão' são usados alternadamente. Enquanto que algumas discussões sobre a prontidão incorporam os elementos criança, família, escola e comunidade,4 frequentemente, o maior foco é a prontidão da criança individual ou, algumas vezes dos grupos de crianças.5,6 Em contraposição, um foco na transição dirige nossa atenção para os processos de continuidade e mudança que caracterizam o início da vida escolar da criança. Embora grande parte das pesquisas focadas nas transições educacionais seja dirigida à mudança do papel, identidade e status da criança,7 os estudos sobre transição também incorporam o foco no que acontece dentro dos contextos social e cultural da criança, especialmente os da família,8 escola e comunidade.9-11
Do que se trata
O início da vida escolar é um ponto de transição fundamental para as pessoas.12 O primeiro dia na escola é, frequentemente, marcado por eventos e ritos especiais que contêm um significado tanto individual como social. Por exemplo, em alguns estados alemães, as crianças que estão iniciando a vida escolar recebem de presente um Schultüte – um cone cheio de doces e material escolar – antes de se envolver em comemorações com as famílias. Na Austrália, as crianças vestem seu uniforme escolar e são tiradas diversas fotografias. Esses eventos marcam tanto a importância do início da vida escolar no plano pessoal, como proporciona o reconhecimento social e cultural de que entrar para a escola é um evento importante da vida.
Entretanto, o primeiro dia na escola não é nem o começo nem o fim do processo de transição, e não é somente o indivíduo que contribui para a eficácia das experiências de transição. A transição se desenrola durante um período amplo de tempo, incorporando uma variedade de experiências envolvendo a criança, a família, a comunidade e os ambientes educacionais.13
As pesquisas indicam a importância dos fatores escolares. Na realidade, observou-se que "quase todas as crianças correm o risco de fazer uma transição deficiente ou menos bem sucedida se suas características individuais forem incompatíveis com as características do ambiente que elas encontram,”14 e que “não estar preparada" não é um problema devido ao fato da criança ser insuficientemente capaz de aprender na escola, mas, ao contrário, do fato de haver uma disparidade entre os atributos da criança individual e sua família e a capacidade e recursos da escola e/ou sistema de envolver e responder de forma apropriada.”15
Além dos fatores escolares, foi determinada a importância da comunidade no suporte à aprendizagem e na promoção da prontidão da criança para o ingresso na escola.16,17 Este relatório enfatiza a importância dos contextos escolar e comunitário, assim como seu impacto sobre a transição para a escola.
Problemas
Há diversas formas de conceitualizar a transição para a escola. Por exemplo, a transição pode ser descrita como o movimento da criança individual do ambiente pré-escolar, ou lar, para o ambiente escolar, como um rito de passagem marcado por eventos específicos, e como uma série de processos.18
Recentemente, um grupo internacional de acadêmicos definiu a transição para a escola como um período de "mudança individual e social, influenciado pelas comunidades e contextos e, dentro deles, as relações, identidades, influência e poder de todos os envolvidos.”19 Para reformular as discussões sobre o ingresso na escola em relação ao foco na transição, o grupo desenvolveu o documento Transição para a Escola: Declaração de Posição,20 que caracteriza as transições como momentos de oportunidades, expectativas, aspirações e promoções sociais. Uma das principais características da Declaração de Posição é que ela reconhece os diversos participantes em transição e exorta à consideração dos quatro construtos, não somente da criança que inicia a vida escolar, mas também das famílias, comunidades, escolas e sistemas escolares que contribuem para as experiências de transição.
O movimento para reformular o início da vida escolar como um período de transição reconhece diversos problemas de pesquisa:
- Quem está envolvido na transição para a escola?
- Quais são os pontos fortes que eles fornecem para os processos de transição?
- Como os intervenientes definem as transições efetivas?
- Quais são as estratégias que facilitam as transições efetivas?
- Quais são as funções das escolas e das comunidades na promoção de transições positivas?
Contexto de pesquisa
Tem sido concedida recentemente uma atenção mundial à importância dos primeiros anos.21 A atenção à educação na primeira infância tem se ampliado até os primeiros anos da escola e à natureza da transição entre a primeira infância e a educação escolar. Em diversos países, o desenvolvimento de um novo currículo escolar para a educação da primeira infância e educação escolar tem contribuído para manter o foco na transição para a escola.
Há uma pressão crescente para que sejam reconhecidas as implicações globais da educação e para que sejam criados programas educacionais que garantam o desenvolvimento de uma força de trabalho altamente qualificada.22 A educação na primeira infância enfrenta essa mesma pressão, muitas vezes na forma de um currículo escolar que é “imposto” por instituições de ensino fundamental; e uma pressão crescente por parte das escolas e dos sistemas educacionais para garantir que as crianças que ingressam no ensino fundamental já cheguem preparadas, principalmente para cumprir as exigências escolares desse nível educacional.23
As consequências desse contexto incluem:
- pressão para que os serviços prestados na educação infantil implementem currículos escolares mais exigentes, e para que sejam mais parecidos com as instituições de ensino fundamental;
- pressão para que as famílias preparem suas crianças para o ensino fundamental por meio de experiências específicas; e
- percepção negativa das comunidades e das famílias que não oferecem tais experiências, e das crianças que delas não participam.
Questões-chave de pesquisa
- Quais são as funções das escolas e das comunidades para facilitar a transição?
- Como as experiências de transição promovem oportunidades, expectativas, aspirações e promoções sociais para todos os envolvidos?
- Qual é o potencial para o suporte da continuidade da aprendizagem no ambiente pré-escolar, do lar e escolar?
Resultados de pesquisas recentes
Recentes iniciativas de pesquisas, políticas e programas na Austrália e em outros lugares procuraram tratar dessas questões. Nesta discussão, inspiramo-nos em um relatório de uma pesquisa recente realizada na Austrália no período de 2013-2014.3
Quais são as funções das escolas e das comunidades para facilitar a transição?
A essência das práticas de transição eficazes está comprometida com a construção de relações seguras, respeitosas e recíprocas entre os envolvidos. É através dessas relações – entre as crianças, famílias, comunidades, educadores e ambientes educacionais – que se constrói a continuidade entre o lar, o período pré-escolar e a escola.
Relações fortes dão suporte a transições eficazes. Quando existem relações fortes entre as escolas, o ambiente pré-escolar e as comunidades, cada contexto é visualizado como um recurso valioso. As relações são mediadores essenciais das competências das crianças.24 As relações proporcionam recursos às crianças e famílias no momento em que elas se deparam com contextos novos e diferentes e confrontam expectativas e experiências diversas.
Não são somente as relações das crianças que são fundamentais para as transições eficazes. As relações entre as escolas e o ambiente pré-escolar, entre os prestadores de serviços dentro das comunidades, entre as famílias e as escolas e entre as próprias famílias desempenham um papel importante na construção de um contexto baseado em colaboração. Esse sentido de colaboração, de trabalho conjunto é o elemento fundamental para facilitar transições eficazes.3
As escolas têm um papel essencial na determinação e manutenção dessas relações. O que acontece na escola, em grande parte, determina o sucesso da criança, tanto durante a transição como nos resultados posteriores à escola, e sobrepuja de longe fatores como a idade em que a criança entrou para a vida escolar e o nível de preparação estimado.25
As escolas que se esforçam para se comunicar com as famílias e comunidades e construir conexões entres os serviços e influências são recompensadas com níveis mais altos de envolvimento e de conexão da família com a escola.26-28 Isso é particularmente verdadeiro quando a escola e os serviços pré-escolares colaboram entre si e quando as relações determinadas previamente ao ingresso da criança na escola continuam no novo ambiente da escola.29
As escolas existem dentro das comunidades. As relações entre as escolas e as comunidades influenciam a transição da criança para a escola e sua conexão contínua com a escola.3 As comunidades com altos níveis de capital social,30 proporcionam suporte estrutural e social às famílias e crianças nos períodos de transição. Elas podem incluir serviços como cuidados durante o horário fora da escola e redes sociais que forneçam informações sobre a escola e as expectativas educacionais. O capital social é gerado pela rede de conexões e interconexões presente dentro das comunidades e pela confiança e valores compartilhados que as sustentam.
A teoria bioecológica31 enfatiza a importância dos contextos inter-relacionados no suporte ao desenvolvimento e aprendizagem da criança. As comunidades diferem de diversas maneiras, incluindo na disponibilidade e acessibilidade de recursos e nas oportunidades concedidas às interações que confirmam os valores, as aspirações e as expectativas da comunidade. Há uma ligação bem estabelecida entre o contexto da comunidade local e o desenvolvimento e aprendizagem da criança32-34 fortemente vinculado à disponibilidade de oportunidades para o envolvimento em uma variedade de experiências.16
Quando são construídas relações positivas entre as famílias, escolas, ambientes pré-escolares e outros grupos comunitários, existe o potencial para colaboração e, através dele, o compartilhamento das informações, o estabelecimento de redes de trabalho e uma conscientização crescente dos diferentes contextos e recursos.35 Estes, por sua vez, podem fazer com que todos trabalhem buscando objetivos comuns.
Como as experiências de transição promovem oportunidades, expectativas, aspirações e promoções sociais?
Ao utilizar a Declaração de Posição, os educadores são encorajados a refletir sobre as práticas de transição a partir de diversas perspectivas. Por exemplo:
Como as estratégias de transição e as experiências proporcionam oportunidades para:
- Que as crianças continuem a moldar suas identidades e ampliar o conhecimento, habilidades e percepções que têm através de interações com os adultos, os pares e a família?
- Que os educadores compartilhem sua própria expertise, reconhecendo, ao mesmo tempo, a expertise dos outros, à medida que se comunicam e estabelecem conexões com as crianças, outros educadores, famílias e comunidades?
- Que as famílias reforcem e deem suporte à aprendizagem e desenvolvimento de cada criança?
- Que as comunidades reconheçam que o ingresso na vida escolar é um evento de vida significativo nas vidas das crianças e de suas famílias?
De que maneiras as abordagens de transição reconhecem:
- As aspirações das crianças por amizades e um sentimento de pertencer na escola?
- As esperanças da família em obter resultados educacionais positivos para seus filhos?
- As aspirações dos educadores por estabelecer parcerias profissionais e ter suporte para criar ambientes de aprendizagem fortes para todas as crianças?
- A importância pretendida da educação dentro das comunidades?
Como as abordagens de transição respeitam as expectativas:
- Das crianças, para que elas aprendam, enfrentem desafios e tenham acesso a suporte?
- Das famílias, para que elas tenham seu conhecimento reconhecido e valorizado?
- Dos educadores, para que eles tenham o suporte apropriado e o reconhecimento profissional?
- Das comunidades, para que elas cuidem do bem-estar de todas as crianças e da promoção da cidadania ativa?
Como as abordagens de transição refletem as promoções sociais:
- De todas as crianças, para que elas tenham acesso a ambientes de alta qualidade educacional?
- De retidão e excelência em todas as interações com as crianças, famílias, educadores e comunidades?
- De reconhecimento profissional para os educadores – nos setores pré-escolares e escolares?
- De comunidades a serem engajadas como colaboradoras para os ambientes educacionais?
Qual é o potencial para o suporte da continuidade da aprendizagem no ambiente pré-escolar, do lar e escolar?
A transição é um período tanto de continuidade como de mudança. Grande parte do foco é direcionado para as mudanças – ou descontinuidades – encontradas durante a transição; mudanças como as do ambiente (físico e educacional), da pedagogia e do currículo, das expectativas, das regras e das rotinas.36,37 Entretanto, é também importante observar que nem tudo muda nos períodos de transição – os elementos de continuidade permanecem. Por exemplo, os contextos familiares continuam a prestar suporte à criança, mantêm-se diversas relações, os recursos ou os elementos de suporte da comunidade continuam a ser acessados, e os caminhos de aprendizagem da criança continuam.
As abordagens pedagógicas nas escolas e nos ambientes pré-escolares podem promover, ou inibir, a continuidade da aprendizagem das crianças.37 A continuidade de aprendizagem, da pedagogia e do currículo é facilitado pelas relações e interações positivas. Uma parte integral disso é a comunicação intersetorial, na qual os educadores da primeira infância e dos ambientes escolares se comunicam regularmente para dar suporte ao compartilhamento de informações.38,39 Apesar de poder haver diversos desafios para estabelecer essa comunicação – incluindo uma falta de conscientização do papel dos educadores em 'outros' contextos37 e expectativas diferentes sobre experiências de transição,40 – quando há essa comunicação, ela proporciona uma base poderosa para a continuidade.3
Lacunas de pesquisa
Em grande parte, as evidências apresentadas em discussões sobre o papel da escola e da comunidade no apoio à transição para o ensino fundamental são incidentais ou derivam de pesquisas realizadas em pequena escala e irrelevantes em termos locais. É importante que a base dessas pesquisas não seja descartada, uma vez que muitas decisões e influências relevantes para transições bem-sucedidas são baseadas em opiniões, experiências e expectativas individuais, assim como no entendimento do que é a escola e do que leva ao sucesso na escola – um entendimento relevante e construído no nível local.41 No entanto, é igualmente importante complementar esses estudos com pesquisas em larga escala, de mais longo prazo e generalizáveis.
Foram realizados diversos estudos sobre a influência da escola e das comunidades sobre a transição para a vida escolar em áreas urbanas, tendo se focado nas experiências de crianças na escola primária ou secundária. Poucos estudos exploraram contextos mais diversos – como as escolas e comunidades em áreas rurais, regionais ou remotas, ou que envolvem crianças menores e suas experiências de transição.
Também foram observadas lacunas na pesquisa relacionadas aos fatores identificados e estudados concernentes às influências da escola e da comunidade na transição para a vida escolar. Embora muitos estudos identifiquem fatores de risco, vulnerabilidades ou o impacto de desvantagem sobre as crianças e suas transições para a escola, poucos exploram os pontos fortes inerentes entre as famílias, as escolas e as comunidades. Presunções sobre desvantagens e déficits podem deturpar as questões exploradas.
Conclusões
Garantir um bom começo na vida escolar é um empreendimento social e comunitário. As instituições de ensino e as comunidades contribuem de forma significativa para o vínculo da criança com a escola, tanto no processo de transição como em seu envolvimento escolar posterior. Quando as crianças e as famílias sentem-se ligadas à escola, valorizadas, respeitadas e dispõem de suporte na escola e na comunidade, tornam-se mais propensas a se envolver positivamente com as atividades escolares. Os resultados são benéficos não só para as crianças e suas famílias, mas também para as instituições de ensino e as comunidades. Sempre que ocorre o inverso, criando nas crianças e nas famílias um sentimento de alienação em relação às atividades escolares e de falta de apoio na comunidade, essa comunidade e seus membros são prejudicados.
Implicações
Para atender às crescentes pressões por melhores resultados escolares, pode ser tentador aumentar os requisitos de prontidão individual quando a criança ingressa em um novo nível educacional. Esta abordagem não considera a influência significativa que as instituições de ensino e as comunidades exercem sobre o envolvimento da criança com a escola.
As perspectivas de políticas educacionais que apoiam o papel das instituições de ensino e das comunidades na transição estão baseadas em várias ações:
- estabelecer colaboração entre os diversos interessados, em diversos contextos;
- reconhecer a transição como uma responsabilidade conjunta, e não como uma atribuição “pertencente” a um grupo específico;
- reconhecer a importância dos relacionamentos e da alocação de tempo e recursos para apoiar a construção de relacionamentos;
- e, ao invés de insistir nos aspectos deficitários, identificar os pontos fortes existentes nas famílias e nas comunidades, e desenvolver estratégias para apoiar e ampliar esses pontos fortes.
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Para citar este artigo:
Dockett S, Perry B. O papel das escolas e comunidades na transição escolar da criança. Em: Tremblay RE, Boivin M, Peters RDeV, eds. Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância [on-line]. https://www.enciclopedia-crianca.com/transicao-escolar/segundo-especialistas/o-papel-das-escolas-e-comunidades-na-transicao-escolar-da. Atualizada: Março 2017 (Inglês). Consultado em 25 de janeiro de 2025.
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